“Deus é capaz de agir de forma espetacular no nosso tempo e em nosso mundo – e sempre irá agir para libertar seu povo“ (Lawrence Richards).
O Deus que intervém. O livro de Êxodo descreve a intervenção pessoal de Deus na história. Com atos de grande poder, Deus forçou o Egito a libertar os escravos israelitas, o povo da aliança. Esses relatos formam uma importante contribuição para desenvolvermos um conceito bíblico de Deus. Ele é aquele que faz promessas ao homem e age de maneira espetacular para cumprir essas promessas. Além disso, Deus vê a situação do homem e se importa com ela. Boa parte dos nossos conceitos teológicos (ex.: aliança, milagre, redenção, propiciação, etc.) são desenvolvidos a partir da revelação deste livro. A história da intervenção divina na situação de Israel começa com a seguinte afirmação:
“Deus olhou para os israelitas e viu a situação deles” (Êx 2.25).
Êxodo: o livro dos confrontos
O livro de Êxodo está repleto de confrontos fantásticos, promovidos por Deus, para demonstrar Seu poder sobre todas as coisas: a história, a natureza, os indivíduos e as nações. Alguns desses confrontos são:
O livro de Êxodo está repleto de confrontos fantásticos, promovidos por Deus, para demonstrar Seu poder sobre todas as coisas: a história, a natureza, os indivíduos e as nações. Alguns desses confrontos são:
O escritor Bernard Ramm acredita que o livro de Êxodo é principalmente a história do confronto entre o Deus dos escravos e “todos os deuses, poderes, autoridades, principados e ideologias, visíveis ou invisíveis, que se opõem a Deus e que escravizam ou oprimem o ser humano”. Na opinião do professor Lawrence Richards, esta é a principal lição de Êxodo:
“Não importa o que esteja escravizando você, Deus pode vencer esse opressor, tal como derrotou os deuses ocos do Egito”.
As dez pragas do Egito
As dez pragas enviadas por Deus contra o Egito visavam ridicularizar os deuses do Egito, e o propósito era dar provas do poder do Deus de Israel sobre esses deuses. Repetidas vezes se declara que, por meio desses milagres, tanto Israel quanto os egípcios viriam a “saber que o Senhor é Deus” (6.7; 7.5,17; 8.22; 10.2; 14.4,18). Posteriormente, no deserto, o maná e as codornizes tiveram o propósito de demonstrar o mesmo fato (16.6,12).
As dez pragas enviadas por Deus contra o Egito visavam ridicularizar os deuses do Egito, e o propósito era dar provas do poder do Deus de Israel sobre esses deuses. Repetidas vezes se declara que, por meio desses milagres, tanto Israel quanto os egípcios viriam a “saber que o Senhor é Deus” (6.7; 7.5,17; 8.22; 10.2; 14.4,18). Posteriormente, no deserto, o maná e as codornizes tiveram o propósito de demonstrar o mesmo fato (16.6,12).
Nas cinco primeiras pragas, o faraó endureceu o coração por conta própria. Nas cinco últimas, foi Deus quem endureceu o coração dele. Sem essas pragas, Israel nunca teria sido libertado e não teria havido nenhuma nação hebréia. (Veja no quadro abaixo, a relação entre as dez pragas e os deuses do Egito).
Pragas | Deu(es) |
---|---|
O Nilo é transformado em sangue - 7.14-25 | Knum: guardião do Nilo Hapi: espírito do Nilo Osíris: doador da vida, cuja corrente sanguínea era do Nilo |
As rãs - 8.1-15 | Hect: deus da ressurreição, que também ajudava parturientes e tinha a forma de rã |
Os piolhos - 8.16-19 | |
As moscas - 8.20-32 | |
A morte dos rebanhos - 9.1-7 | Hátor: a deusa-mãe, que tinha a forma de vaca Ápis: o deus-touro, personificação viva de Pta (o deus-criador) e símbolo da fertilidade |
As feridas purulentas - 9.8-12 | Imopete: deus da medicina |
A chuva de granizo - 9.13-35 | Nute: a deusa do céu Ísis: a deusa da vida Sete: o protetor das plantações |
Os gafanhotos - 10.1-20 | Ísis: a deusa da vida Sete: protetor das plantações |
As densas trevas - 10.12-29 | Rá, Áten, Atum e Hórus: todos eles eram algum tipo de deus-sol |
A morte dos primogênitos - 11.1-12.36 | Faraó: que era considerado um deus Osíris: doador da vida |
Ao longo de nove meses, Deus exerceu uma série de juízos miraculosos sobre o Egito. Esses atos foram reconhecidos, tanto pelos egípcios quanto pelos israelitas como intervenções especiais de Deus – “milagres” realizados pela mão do Todo-Poderoso. Deus utilizou eventos da natureza para castigar o Egito e demonstrar Seu poder de modo claro e incontestável.
A ORDEM DAS PRAGAS É A SEGUINTE:
1.ª PRAGA – AGUAS TRANSFORMADA EM SANGUE (ÊXODO 7.14-25)
Foi um golpe contra o deus Hapi, o deus protetor das inundações do Rio Nilo. O Rio Nilo era considerado um deus e o deus hapi intervia junto o deus Nilo nas inundações. Deus resolveu zombar dessas divindades que não tiveram forças para impedir que suas águas apodrecessem e cheirassem mal.
2.ª PRAGA – A INVASÃO DE RÃS (ÊXODO 8.1-15)
Os egípcios relacionavam as rãs com a deusa da fertilidade (Hekt). Todos que queriam a fertilidade invocavam tal divindade. O Deus verdadeiro zombou também dessa divindade, pois ela não conseguiu impedir que o Egito fosse invadido por rãs.
3.ª PRAGA – A INVASÃO DE PIOLHOS (ÊXODO 8.16-19)
O pó da terra, considerado sagrado no Egito, converteu-se em insetos muito importunadores. Os sacerdotes egípcios, ao ministrarem nos lugares sagrados, usavam vestes brancas de linho. Estas deveriam ser alvas, extremamente alvas. Raspavam a cabeça e, antes de entrar para o lugar sagrado, examinavam minuciosamente, porque não podiam ter no seu corpo ou suas vestes qualquer inseto imundo e abjeto. Curavam as pessoas usando o pó sagrado da terra do Egito. Esse pó considerado sagrado agora causava grandes feridas ao egípcios. Era uma profanação ao seus deuses. Devido a essa praga os sacerdotes egípcios ficaram impossibilitados de cumprirem seus rituais.
4.ª PRAGA – A INVASÃO DE MOSCAS (ÊXODO 8.20-32)
Os egípcios tinham em deus chamado Belzebu, que na crença deles era poderoso para afugentar moscas. Enxames de moscas cobriram a terra do Egito. Infernaram Faraó e seu povo. Sacerdotes e magos clamaram a Belzebu e nada aconteceu. Mais um deus desmoralizado.
5.ª PRAGA – PESTE NOS ANIMAIS (ÊXODO 9.1-7)
Foi um golpe contra Amom, o deus adorado em todo Egito, tinha a forma de um carneiro, animal sagrado. No baixo Egito, Amom era adorado em forma de um touro, ou bode, deus protetor dos rebanhos do Egito. Como se pode notar, tal divindade foi incapaz de proteger o rebanho egípcio.
6.ª PRAGA – ÚLCERAS (ÊXODO 9.8-12)
Um duro golpe contra o deus Tifon. Na crença deles essa divindade protegia os egípcios contra qualquer ferida que fosse causada por qualquer coisa. Os sacerdotes invocavam a Tifon e as cinzas do altar dele eram jogadas em todos os doentes. Agora, os próprios sacerdotes foram os primeiros a serem infectados.
7.ª PRAGA – SARAIVA (ÊXODO 9.13-35)
Um golpe contra a deusa Serafis, protetora da lavoura do Egito. A tempestade de trovões, raios e saraiva devastou a vegetação, destruiu as colheitas de cevada e de linho e matou os animais do Egito. Este tipo de tempestade era quase desconhecido do Egito. O termo trovão em hebraico significa literalmente “Vozes de Deus” e aqui insinua que Deus falava em juízo contra aquela nação pagã e contra seu panteão de deuses. Os egípcios que escutaram a advertência de Deus, conseguiram salvar o seu gado.
8.ª PRAGA – INVASÃO DE GAFANHOTOS (ÊXODO 10.1-20).
Os egípcios tinham além de Serafis, tinham também a Isis que protegiam toda a vegetação de suas terras. A praga de gafanhotos trazida por um vento oriental consumiu a vegetação que havia sobrado da tempestade de saraiva. Isis e Serafis foram impotentes para proteger o Egito dos gafanhotos.
9.ª PRAGA – TREVAS (ÊXODO 10.21-29)
As trevas encobriram o Egito inteiro, excetuando a terra de Gósen, onde Israel habitava. As trevas foram totais e absolutas. Um homem não conseguia ver o outro mesmo que estivesse a um palmo apenas na sua frente. Fora um grande golpe a todos os deuses do Egito, especialmente contra o deus Rá, o deus solar. Os luminares celestes, objetos de culto, eram incapazes de penetrar à densa escuridão. Foi um golpe direto contra o próprio Faraó, suposto filho de Rá, Faraó era chamado de “O FILHO DE SOL”.
10.ª PRAGA – A MORTE DOS PRIMOGÊNITOS (ÊXODO 11.1-12.36)
O Egito estava completamente arruinado (Êxodo 10.7). Agora, passado cerca de um ano desde a primeira praga, vem o cumprimento da Lei da Semeadura. Os egípcios tinham matado as crianças dos judeus, agora eles mesmos colhiam o fruto da sua semeadura. A morte sobreveio à meia-noite. Um grande clamor de desespero ouviu-se por todo o Egito; e Moisés e seu povo não somente tiveram permissão para sair, mas foram exortados a saírem do Egito, de modo insistente. Acresça-se a isso que a Israel foram dados suprimentos abundantes para que pudessem partir.
A Dez Pragas do Egito
Ainda que não concordemos com todas as afirmações deste documentário, cremos que a riqueza de informações arqueológicas apresentadas por ele muito nos pode auxiliar na compreensão do Êxodo.
Parte 1
Parte 2
Parte 3
Parte 4
Parte 5
Parte 6
Parte 7
Parte 8
Parte 9 - Final
Nenhum comentário:
Postar um comentário